Um dos maiores intérpretes da música brasileira, Ney Matogrosso é homenageado numa exposição no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. Com fotos, figurinos e documentos, a mostra resgata a trajetória do artista, celebrando seus 50 anos de carreira.
O artista que, ao lado do grupo Secos e Molhados, desafiou a ideia de masculinidade durante a ditadura militar, apresentando-se com maquiagem e figurino extravagante, sempre teve a força de ser o que é. No início, sua imagem não era sensualizada, mas mais brutalizada, quase como um homem das cavernas, um Neandertal. Depois, veio a sensualidade no disco Bandido, e mais tarde ele tirou tudo.
Nascido em 1941, na cidade de Bela Vista, no atual Mato Grosso do Sul, Ney de Souza Pereira, ou Ney Matogrosso, tem sua carreira contada ao longo das décadas, desde os anos 70, quando se mudou para São Paulo e se integrou ao grupo Secos e Molhados. Foram dois álbuns com a banda antes de estrear em disco solo em 1975. Na exposição, é possível ver figurinos de todos os shows que ele fez, além de objetos, capas de discos e folhetos.
Com uma presença de palco magnética, Ney Matogrosso não apenas deu voz a composições de outros músicos, mas também criou algo novo a cada interpretação. Para Chico Buarque, homenageado no disco Um Brasileiro, Ney é sempre coautor das músicas que interpreta.
A figura andrógena, dona de uma voz aguda e potente, já cantou rock, samba, bolero, marchinhas, e até forró. Foi justamente uma canção de forró, que ele quase não gravou, que se tornou um dos maiores sucessos na sua voz: "Homem com H". A canção também dá nome ao filme que deve estrear em maio nos cinemas, contando a história de sua carreira.
Mais uma homenagem a um dos maiores intérpretes da música brasileira, que, aos 83 anos, continua atual e autêntico.
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